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TERIA O MERCADO AMERICANO DE RENDA VARIÁVEL ATINGIDO AS MÍNIMAS?

Sydenia

Analista de investimento

segunda-feira, 24 de outubro de 2022 às 18:13

Em meio a um cenário de constante queda, muitos se indagam: será que chegamos ao fundo do poço para os preços subirem novamente? Ou se deve aguardar por mais quedas ...

Como já abordado no email anterior (“Outubro é um excelente mês para investir”), uma das grandes variáveis de impacto, se não a maior, no comportamento do mercado financeiro é a taxa de juros, seja pela influência sobre o VPL da empresa, seja pela atratividade de ativos de menor risco, como os rendimentos do Tesouro tanto de curto quanto de longo prazo. Assim sendo, os analistas estão constantemente se ocupando de fazer prognósticos quanto a aumentos ou quedas dos juros.

Atualmente, os juros americanos estão na faixa de 3%-3,25%. Com a inflação sem grandes perspectivas de retornar rapidamente a meta de 2%, a abordagem do FED é elevar a taxa até 2023, ultrapassando os 4,5% (a última vez que os juros atingiram essa marca foi em 2007).

Para demonstrar a sensibilidade do mercado, o Gráfico 1 apresenta os preços de três ETFs: VQN (Vanguard Real Estate ETF), SPY (S&P 500 ETF Trust) e QQQ (Invesco QQQ Trust). 

No dia 13 de outubro, tivemos a divulgação do CPI (índice de inflação dos EUA) que mostrou resultados maiores que o esperado. Para o mercado, isso significa que o FED continuará sustentando alta taxa de juros. Portanto, o que podemos perceber no gráfico é uma queda drástica. 

Gráfico 1. Comparativo de preços dos ETFs: VNQ (Vanguard Real Estate ETF), SPY (S&P 500 ETF Trust) e QQQ (Invesco QQQ Trust). Fonte: YCharts.

 

Embora tenha ocorrido uma recuperação posteriormente no mercado, verificamos que o VNQ se saiu melhor (Gráfico 2), uma vez que a sensibilidade dos REITs à taxa de juros é menor do que a sensibilidade das outras classes de ativos, especialmente os de tecnologia (QQQ). 

Gráfico 2. Comparativo do percentual de variação de preços dos ETFs: VNQ (Vanguard Real Estate ETF), SPY (S&P 500 ETF Trust) e QQQ (Invesco QQQ Trust). Fonte: YCharts.

 

Contudo, essa dinâmica não deve ser capaz de assustar o investidor de longo prazo, haja vista que as crises não são eternas.

A economia passa por ciclos econômicos e sabemos que os ativos irão se recuperar, como demonstrado no Gráfico 3. Durante as crises de 2008 e 2020 (faixa cinza no gráfico), o VNQ despencou, mas quando analisamos o período de 2004 a 2022, o crescimento da cotação é de 58%. Se considerarmos o retorno (preço + dividendos), o resultado é de + 245%. 

Gráfico 3. Comparativo do percentual de variação de preços e do retorno total de VNQ (Vanguard Real Estate ETF). Fonte: YCharts.

 

Portanto, se já estamos cientes de que os REITs irão se restabelecer nesse cenário de caos econômico, uma vantagem que devemos aproveitar é a oportunidade de adquirir ativos de qualidade bastante descontados. 

O timing correto, então, passa a ser a questão. Será que cai mais? Não há como prevermos e muito menos determinar se já atingimos o ponto de inflexão. O que podemos afirmar é que o mercado está em um ciclo de baixa. Os REITs se encontram nas suas cotações mínimas das últimas 52 semanas, e, a menos que o FED comece a reduzir a taxa de juros (o que é bastante improvável), esse cenário ainda persistirá. 

 

Estratégia

Nesse momento em que vivemos, o investidor tem duas opções:

1- Tentar acertar o fundo e aportar todo o seu capital; ou

2- Realizar compras frequentes de REITs que deseja manter na carteira para o longo prazo.

 

Na abordagem 1, o investidor estabelece um ponto de aporte quando da queda desejada – digamos que espere o ativo cair mais, 20% a 30%. Nesse caso,  pode ter problemas caso o mercado volte a subir e não atinja o alvo estabelecido. Se o mercado não recuar no limite desejado, o investidor continuará a reter dinheiro sem investi-lo, e, nesse caso, ainda enfrentará um grande fator de incerteza, “qual o limite dessa queda?”, dado que ainda não se atingiu o pivô da inflação americana.

Na abordagem 2, o investidor compra todo mês um valor determinado, por exemplo $50. Essa estratégia visa a reduzir o impacto da volatilidade e o desejo de tentar acertar o timing do mercado. No longo prazo, tal abordagem busca reduzir custos e ao mesmo tempo ter um impacto positivo nos retornos. Porém, ressaltamos que uma grande queda deve ser acompanhada de uma análise e é isso que buscamos fornecer para os nossos investidores nos relatórios mensais da carteira recomendada, pois não devemos continuar aplicando recursos financeiros em um ativo que vem perdendo fundamentos e a sua cotação vem caindo justificadamente ao longo do tempo. 

De acordo com relatório da Hartford Funds1, os dividendos representam uma média de 40% do retorno total, de modo que ao manter o dinheiro por um longo período sem investir,  o investidor pode estar deixando de auferir uma parte importante dos seus retornos com a ajuda dos dividendos. 

 

 

Até a próxima, investidores!

 

Nota:

(1) Fonte: https://www.hartfordfunds.com/dam/en/docs/pub/whitepapers/WP106.pdf

 

(*) Disclaimer:

O presente conteúdo é informativo e educacional e não deve ser entendido como recomendação de compra ou venda de investimentos.

Esta publicação é generalista e não leva em conta perfil de risco, objetivos e situação financeira individual de cada um dos subscritores da “mailing list” da Academia do REIT.

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