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Como escolher um ETF

Sydenia

Analista de investimento

segunda-feira, 26 de setembro de 2022 às 17:12

ETF, sigla em inglês para Exchange Traded Fund, é uma cesta de ativos que você pode comprar ou vender por meio de uma corretora, podendo ser negociado a qualquer hora do dia. É um grande atrativo para parte dos investidores por fazer uma gestão passiva, na maioria dos casos, seguindo, assim, um índice específico e preestabelecido.

 

Ao analisar um ETF, não podemos restringir o nosso olhar só para o segmento que o ETF se posiciona, taxa de gestão e volume de ativos sob gestão, mas, hoje, quero te mostrar que, ao se investir em ETFs, precisamos compreender, minimamente, a dinâmica do setor que o ETF busca se posicionar e do balanceamento que a gestora impõe ao índice que persegue. 

 

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Imagem 01: 20 anos de retornos anualizados por classe de ativo (2002-2021). Fonte: J.P. Morgan Asset Management.

 

Apesar de serem mais seguros e pagarem uma renda maior do que a maioria das outras classes de ativos, os REITs alcançaram retornos mais altos do que a maioria dos outros investimentos. A despeito do fato de os REITs terem os preços mais baixos em anos, utilizando o P/FFO como análise, e oferecerem vantagens da proteção contra inflação e diversificação em um mundo conturbado, eles acabam se tornando depreciados em momentos de pânico no mercado. Porém, a análise difere de uma empresa em diversos níveis, mas o senhor mercado acaba se esquecendo disso.



Os REITs, além de garantirem um ganho de capital superior a diversas classes de ativos, como demonstrado na Imagem 01, protegem contra a inflação por meio de um aumento nos valores pagos através dos dividendos. Assim, a maioria dos investidores, provavelmente, concordam que precisam de uma alocação de REIT em sua carteira. A questão mais desafiadora é como conseguir essa exposição. Há duas escolhas principais:

1-   Investir diretamente nos REITs

2-   Investir através de um ETF, se posicionando em uma cesta completa de ativos.

 

Pessoalmente, acredito que o ETF faz sentido na carteira de muitos investidores. Digo por experiência após acompanhar mais de perto a maneira que muitos investidores acabam investindo: sem uma estratégia definida, comprando baseado em apenas um ou dois indicadores, seguindo dica. Para esses investidores, um ETF, realmente, faz muito mais sentido. Não é coincidência que a barra em laranja da Imagem 1 mostra, claramente, que o investidor médio não acompanha nem de perto a grande maioria das classes de ativos.

 

Abaixo, listei alguns fatores para o investidor compreender a diferença na hora de escolher um ETF ou investir diretamente em um REIT.

 

1 - Ganho de capital.

 

O ETF não é tão passivo assim como muitos pensam. No Gráfico 01, você pode conferir o retorno, nos últimos 12 anos, dos 7 maiores REITs, que, hoje, compõem o ETF VNQ: AMT (laranja), CCI (azul), EQIX (verde), PSA (lilás), O (marrom), DLR (verde escuro) e PLD (laranja escuro). Todos esses REITs fazem parte do ETF VNQ (roxo) e representam juntos cerca de 35% da carteira do ETF.

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Gráfico 01: Retorno dos 7 maiores REITs que compõem o ETF VNQ hoje, considerando a performance individual de cada REIT nos últimos 12 anos. Fonte Ycharts.

 

E por qual motivo o ETF VNQ teve pior performance em comparação com suas maiores posições? Simples, essas não eram as maiores posições desse ETF em 2010. Para falar a verdade, somente 2 desses REITs seguiram dentro do VNQ durante todo esse período de análise. Isto porque o ETF só incluiu 4 desses REITs em 2018 e os demais tinham uma exposição bem menor. O ETF compõem a sua carteira de maneira a balancear com os maiores, conforme o valor de mercado, e, assim, os maiores REITs naturalmente possuem maior posição, mas os setores de tecnologia levaram muito tempo para entrar no portfólio dos maiores ETFs. Sabe o que é mais fenomenal? A despeito disso, os ETFs apresentaram um retorno excepcional para o investidor. Agora, imagina o investidor que soube fazer a leitura correta dos setores dos REITs.

 

2 - Precificação dos ativos.

 

Hoje, não temos um ETF específico em value investing, que é a estratégia de identificar ações negociadas por menos do que o seu valor intrínseco ou contábil.

 

Nesse aspecto, relativamente aos REITs, abro um parênteses, para indicar um vídeo no nosso canal do Youtube, que explica o motivo de não olharmos o valor patrimonial e sim a NAV, em inglês Net Asset Value,

 

que pode ser traduzido como Valor Patrimonial Líquido ou Valor Líquido do Ativo.

 

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Gráfico 02 - Setores dos REITs - prêmio / desconto na NAV - Junho/2022.

 

Como podemos ver no Gráfico 02, os setores com os menores descontos na NAV foram os de Infraestrutura, Data Center e Industrial, que são os que possuem as maiores posições dentro dos maiores ETFs como VNQ, XLRE, ICF, FREL. Novamente, isso não é necessariamente um defeito, na verdade acaba protegendo o investidor de algumas ciladas, mas também não captura todo o potencial de retorno de alguns REITs com desconto enorme na NAV.

 

 

 

3 - Balanceamento pode não ser o ideal para você.

 

 

Um dos pontos fundamentais é compreender como o REIT faz o balanceamento do seu portfólio, visto que isso influenciará no retorno e na SEGURANÇA da sua carteira. Um dos ETFs mais queridos pelo investidor, depois de VNQ, é o Real Estate Select Sector SPDR Fund (XLRE), o qual busca investir em um grupo seleto de REITs que fazem parte do índice S&P500, composto pelas 500 maiores empresas dos EUA.

 

O XLRE possui $5,5 Bi em ativos sob gestão e cobra uma taxa de 0,1%. Porém, aqui entra a questão do balanceamento e o XLRE possui quase 37% da sua carteira em REITs de tecnologia (data center e Infraestrutura). Para o investidor que busca investimentos em setores tradicionais, esse peso todo pode ser um fator de profundo desagrado, visto que a dinâmica desse segmento não é a mesma de setores tradicionais, também conhecidos como tijolo e argamassa, que são: residencial, escritório, industrial, self storage, assim por diante.

 

Aqui, ressaltamos que alguns investidores buscam essa exposição aos REITs do S&P500, mas muitos investidores compram o ETF sem compreender esse fator. Uma possibilidade de diversificação setorial maior nos REITs do S&P500 é o ETF Invesco S&P 500 Equal Weight Real Estate ETF (EWRE), o qual busca compor seu portfólio com os mesmos REITs, mas ponderando com pesos iguais, com isso o setor de tecnologia possui um peso inferior a 16%.

 

Conclusão

 

Esses são apenas alguns fatores que podem pesar na decisão da composição de um portfólio, detalhamos outros em um vídeo específico no nosso canal do Youtube

 

Mais importante do que os fatores a sopesar na composição do portfólio é o investidor compreender como posicionar o sua carteira de modo a adequá-la às suas necessidades. No dia 25/09/2022, começa a nossa série “Carteira recomendada em dólar com SEGURANÇA”, na qual mostraremos como montar uma carteira e daremos início a nossa carteira recomendada para todos os investidores que ainda não compreendem as vantagens e fatores a se considerar ao montar o seu portfólio.

 

Na nossa carteira recomendada, buscamos os melhores REITs de acordo com objetivo individual do investidor e foco de crescimento do REIT. Chamamos isso de “olho do dono”, porque montamos a carteira como se fossem imóveis para nós mesmos.

Somos muito seletivos, porque é o dinheiro, horas de trabalho, do investidor que está sendo aportado e entendemos bem isso, porque também somos investidores e buscamos para nós mesmos os melhores ativos de forma séria e imparcial. Com isso, seguimos alguns princípios como:

●     Não recomendamos REITs geridos externamente.

●    Segurança em primeiro lugar, não olhamos para REITs excessivamente endividados.

●    Mostramos como criar a expectativa correta, para que o investidor não se frustre com os aspectos individuais de cada REIT.

●     Nós nos concentramos, principalmente, em setores fortes.

 

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